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A FANTÁSTICA HESITAÇÃO DE GUY DE MAUPASSANT

  • Foto do escritor: Reneu Zonatto
    Reneu Zonatto
  • 17 de dez. de 2019
  • 2 min de leitura

A exploração do contexto psicológico dos personagens também se encontra presente na obra de Guy de Maupassant. Talvez com origem na infância marcada pela separação dos pais; talvez como fruto das suas próprias escolhas, ao alcançar o conforto financeiro obtido por meio da exitosa produção literária e ingressar em uma vida de excessos, estimulada pelo uso de álcool e substâncias alucinógenas. Esta jornada levou o autor ao gosto pelo isolamento e, posteriormente, à loucura. Mas, da mesma forma, impulsionou a publicação de muitos contos de literatura fantástica, tais como “O Horla” e “A Morta”.


A oscilação entre o extraordinário e as incertezas que habitam a mente humana encontra em temas como fantasmagorias, aparições e seres surreais, a hesitação entre o sobrenatural e uma realidade possível – um mundo entre a loucura e o extraordinário.

Isso tudo faz lembrar as palavras do xamã das obras de Carlos Castaneda, quando há um momento em que a incidência da luz solar, no ocaso e na aurora, adquire propriedades tais que permitem enfraquecer a linha que separa dois mundos: um material e outro mágico, um palpável e outro insólito.

Em que pese Maupassant ter transposto radicalmente estas fronteiras no ocaso da sua vida, a hesitação produz o incrível efeito de nos mover da zona de conforto, abrindo portas e desvendando caminhos para que possamos nos adaptar às mudanças e reinventar a nossa existência. Da tensão proveniente da dúvida e dos questionamentos que impomos à alma, opera-se a dialética que, desde a Grécia antiga, promove o “caminho entre as ideias”, rumo ao desenvolvimento pessoal e, assim o fazendo, à evolução da própria humanidade.

Esta jornada existencial é abordada na pessoa da personagem principal do livro “Escritos Profanos” . Afinal, nos termos do interessante artigo de Carlos Gerbase (“Um caso quântico”, na Zero Hora de outubro deste ano), “nossa compreensão do universo ficou muito mais complexa e subjetiva”, quando as descobertas da ciência “minaram as certezas modernas”. E, deste modo, as incertezas contemporâneas abriram o portal das inúmeras possibilidades.

 
 
 

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